
Professor Permanente do Programa de Pós-Graduação em Educação, Modalidade Profissional
Orcid: https://orcid.org/0000-0001-6607-5417
Contato (e-mail): paulo.defelipe@unb.br
Minibiografia:
Possuo graduação em Letras (2013) pela Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS), Mestrado (2016) e Doutorado (2020) em Linguística pelo Instituto de Estudos da Linguagem, da Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP). Realizei, também, doutorado-sanduíche na Universidade do Texas em Austin, nos Estados Unidos (2019-2020). Atualmente, sou professor adjunto do Departamento de Métodos e Técnicas da Faculdade de Educação da Universidade de Brasília (UnB). Tenho experiência em Linguística, com ênfase em Línguas Indígenas, Tipologia Linguística, Descrição Linguística e Língua Portuguesa. Também tenho particular interesse por questões envolvendo alfabetização e letramento indígena, Educação Escolar Indígena e produção de materiais didáticos para ensino de línguas indígenas.
Área de Concentração:
- Desenvolvimento Profissional e Educação
Projeto de Pesquisa:
Descrição:
O objetivo principal deste projeto é repensar o ensino e a aprendizagem do que se tem chamado de língua materna. Nosso objetivo é mostrar que a noção de língua materna, que em geral as universidades e Faculdades de Educação têm assumido como o ensino de língua portuguesa, precisa ser revista e ampliada, sobretudo porque, apesar de a Língua Portuguesa ser a língua do Estado e a única oficialmente instrumentalizada na grande maioria das escolas, ela não é a língua materna de todos os brasileiros. Mais ainda: é preciso sempre enfatizar que o lugar reservado ao português, como língua materna da grande maioria das pessoas deste país, só pode ser alcançado sob a égide de um Estado que massacrou os corpos indígenas e exterminou ferozmente 90 de suas línguas nativas, desde o período da invasão portuguesa.Nosso objetivo é também repensar o próprio ensino de língua portuguesa como língua materna, na medida em que, num país de dimensões continentais e desigualdades sociais abissais como o Brasil, não é possível pensar num ensino e num uso homogêneo dessa língua, já que as diferentes pessoas, advindas de diferentes regiões, posições sociais, classes econômicas e territórios, vão estar submetidas, consciente ou inconscientemente, à diferentes formas de acesso e apropriação dessa língua. Não é possível dizer, por exemplo, que um morador do campo, um ribeirinho, um indígena e um trabalhador rural, cujo acesso à educação foi negado por razões sociais e econômicas das mais cruéis, terão acesso à mesma língua portuguesa que o filho do empresário. Se a escola se furta ao trabalho com a variação, própria das pessoas, e continua a perpetuar um ensino de língua portuguesa que beneficia e representa somente as classes dominantes, nossa função, enquanto professores, deve ser justamente a contrária: a defesa de um ensino emancipatório, que compreenda os diferentes portugueses, e que reflita, por conseguinte, as diferentes pessoas e suas identidades, contribuindo, por isso, para a inclusão social, o respeito à diversidade e o combate ao preconceito linguístico, que é reflexo evidente do preconceito de classe. O projeto envolve pesquisadores da UnB e da Universidade do Texas em Austin (Estados Unidos).